terça-feira, 12 de junho de 2012

15 de abril de 2012 - Estreia
A dignidade dos ninguens




Título original: La dignidad de los nadies
Ano: 2005
Diretor: Pino Solanas
Produção: Argentina

Duração: 120 min
Áudio: Espanhol
Legenda: Português
Sinopse: Dando seqüência às reflexões sobre a Argentina iniciadas em seu documentário anterior, "Memória do Saqueio", o diretor argentino Fernando Solanas volta sua câmera para a revolta popular de dezembro de 2001, que culminou com a demissão do presidente Fernando De La Rua. Analisa-se as conseqüências dessa revolta e o desempenho do governo do presidente Kirchner. Destacam-se as pequenas histórias de solidariedade, narradas pelos próprios protagonistas, que reconstruíram suas esperanças a partir de projetos coletivos e de autogestão.


Estreia do Cineclube Jiló na Guela

O que significa esse nome? Foi uma pergunta recorrente nos últimos dias. Me dei conta de que nem mesmo eu sabia dar uma explicação coerente. Um incômodo que se quer causar, um sacode pra acordar do torpor, um choque de realidade, afinal se trata de um cineclube voltado a documentários. Acabou que o nome surgiu da mesma forma como apareceu a opção por exibir documentários. Por intuição, pelo fluxo, pela necessidade.

Terminada a primeira sessão, dissipadas estavam quaisquer dúvidas sobre o significado do tal Jiló na Guela. Entre manifestações de aprovação e de repúdio a Pino Solanas e sua Dignidade dos Ninguéns, uma coisa estava certa: o resultado imaginado fora alcançado na estreia! O veterano documentarista argentino, com indisfarçada (intencionalmente) veia política, dedicou-se nos anos 2000 a reconstituir a crise sócio-econômica argentina, por meio de uma tetralogia cinematográfica. O filme que passamos ontem era o segundo, que conta algumas pequenas estórias dos “ninguéns”, personagens invisíveis aos moradores da Recoleta (ou do Plano).

Muito lixo, muito esgoto, muitos barracos, muitos sem-dentes. Gente maltratada. Filme indigesto: Jiló na Guela! Sem firula, sem movimentos de câmera. Montagem linear e por vezes cansativa. Luz natural, imagens de arquivo, sujas, de má qualidade. Não deixa de ser uma opção estética... Um debate ética x estética irrompeu já no subsolo do Balaio, mal os créditos começavam a subir. O cinema verdade de Solanas, direto, pouco palatável, era o responsável.

Mas, então, é só cinema-porrada que se deve esperar do Jiló na Guela? Não! No Jiló cabem diversos tipos de documentarios: musicais, artísticos, históricos, sobre Brasília... O cineclube se justifica pela vontade de ver filmes instigantes, de estar juntos, de intercambiar ideias, impressões e de estimular a cena cinéfila de Brasília. O debate acalorado legitimou nossa intenção inicial. Afinal, Jiló na Guela!!!!

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