sexta-feira, 28 de março de 2014


O ciclo sobre os 50 anos do Golpe Civil-Militar, depois de falar sobre o financiamento do empresariado nacional e multinacional à ditadura (Cidadão Boilesen) e as provas documentais da participação dos EUA na conspiração (O Dia que Durou 21 Anos), volta com o filme Condor, de Roberto Mader.

Neste domingo, vamos abordar, portanto, a colaboração entre as várias ditaduras do Cone Sul (Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai) para coordenar a repressão a opositores de extrema-esquerda ("subversivos"), montada a partir do início dos anos 1970 e que durou até a onda de redemocratização na década seguinte.

A maioria dos militares afirma que a Operação Condor era apenas um intercâmbio dos serviços de inteligência desses países e nega a realização de uma operação conjunta contra os opositores da ditadura. No entanto, o documentário traz evidências de assassinatos e seqüestros coordenados pela repressão militar no Cone Sul.

O momento não poderia ser mais propício, um promotor argentino está reunindo elementos que parecem convergir para a tese de que Jango foi morto por articulação da Operação Condor: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Morte-de-Jango-Justica-argentina-nao-vai-perder-tempo-diz-procurador/6/30552

Neste domingo (30.mar) às 19h no Balaio Café. Nos vemos lá, é só chegar, inté!

Saudações cineclubísticas,

Equipe do Jiló
https://www.facebook.com/JiloNaGuela





Condor
Brasil, 2007, 110 min
Direção: Roberto Mader

Sinopse: Documentário com vários depoimentos e imagens de arquivo das crises políticas da América do Sul dos anos de 1960 e 1970, procurando destacar as ações da chamada Operação Condor, nome atribuído a um acordo entre as polícias secretas dos países do Cone Sul com conhecimento da CIA, que teria resultado em várias ações violentas dos governos militares contra militantes e representantes da esquerda comunista e socialista da região.

sábado, 22 de março de 2014







Dando continuidade ao ciclo sobre os 50 anos do Golpe Civil-Militar, a ser lembrado (e nunca esquecido) no próximo dia 1o de abril, o Jiló orgulhosamente apresenta neste domingo (23.mar): O Dia que Durou 21 Anos.

Melhor documentário brasileiro de 2013, segundo a Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), melhor documentário estrangeiro (Festival Saint Tropez, França) e 2 prêmios especiais do júri nos EUA (Arizona e Long Island). Com certeza, um dos documentários de maior impacto dos últimos anos.

Inicialmente, o filme fora concebido para contar a história do pai do diretor (Camilo Tavares), o jornalista Flávio Tavares, um dos 15 presos políticos soltos (e banidos do país) em troca do embaixador americano, Charles Burke Elbrick, sequestrado em 1969. Porém, ao ter notícia da existência de um fabuloso acervo documental sobre a deposição do presidente João Goulart que os Estados Unidos vêm franqueando ao público desde os anos 1970, Camilo mudou seus planos e decidiu abordar a participação do governo norte-americano na conspiração que resultou em uma ditadura de 21 anos (1964 a 1985) no Brasil.

O diretor se beneficiou de três volumosos pacotes de documentos, incluindo material da CIA, com divulgação autorizada pelo governo dos Estados Unidos; gravações sonoras originais da Casa Branca, algumas delas com a voz dos presidentes à época; papéis e áudios difundidos em 2004 pela organização não governamental The National Security Archive; arquivos de emissoras de televisão dos Estados Unidos e outras informações em bibliotecas que conservam a memória dos presidentes John Kennedy (1961-1963) e Lyndon Johnson (1963-1969). Mais informações abaixo.

Neste domingo (23.mar) às 19h no Balaio Café. Nos vemos lá, é só chegar, inté!

Saudações cineclubísticas,

Equipe do Jiló
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O Dia que Durou 21 Anos
Brasil, 2013, 77 min
Direção: Camilo Tavares
Roteiro: Camilo Tavares / Flávio Tavares

Sinopse: Documentário sobre a participação do governo dos Estados Unidos na preparação, desde 1962, do golpe de estado de 1964, no Brasil. Utilizando documentos secretos da CIA e áudios originais da Casa Branca, o filme mostra como presidentes norte-americanos articularam o plano civil-militar para derrubar o presidente João Goulart. Nos 21 anos seguintes (1964-1985), o governo violou os direitos civis e instalou um regime ditatorial, com graves consequências para toda a América Latina. O filme tem como ponto de partida a crise provocada pela renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, e prossegue até o ano de 1969, com o sequestro do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, por grupos armados. Em troca de sua libertação, 15 presos políticos são soltos e posteriormente banidos do país. Um deles, o jornalista Flávio Tavares, 27 meses depois de se radicar na Cidade do México, seria pai de Camilo, o cineasta cujo nome é uma homenagem ao padre católico e guerrilheiro colombiano Camilo Torres, morto em 1966.

sábado, 15 de março de 2014

Jiló começa, a partir deste domingo, o ciclo pra lembrarmos os 50 anos do Golpe Civil-Militar que resultou em 21 anos de Ditadura no Brasil.

O documentário Cidadão Boilesen trata sobre o empresário dinamarquês radicado no Brasil Henning Boilesen que ajudou financeiramente o regime militar no Brasil. Muito influente na indústria brasileira na época da ditadura, foi um dos fundadores do CIEE - Centro de Integração Empresa Escola, presidiu a Ultragás e o Rotary, foi também um dos primeiros grandes empresários a financiar o aparato político-militar brasileiro, que torturou e matou em São Paulo, por meio da Operação Bandeirante (OBAN), que viria a ser o embrião do modus operandi dos DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna). Mais informações abaixo.

Neste domingo (16.mar) às 19h no Balaio Café. Nos vemos lá, é só chegar, inté!

Saudações cineclubísticas,

Equipe do Jiló
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Cidadão Boilesen
Brasil, 2009, 92 min.
Direção: Chaim Litewski

Sinopse: "O documentário Cidadão Boilesen consegue escapar da mesmice por abordar uma vertente esquecida da questão. O regime totalitário seria impraticável e insustentável sem a ajuda da elite, que atualmente não apoia militares. Um desses financiadores da ditadura foi a dinamarquês naturalizado brasileiro Henning Boilesen. Um dos maiores méritos do filme é de tratar de um assunto tão sério sem ser entediante e ainda com atrativos sonoros e visuais. Infelizmente sabe-se que essa postura ainda é minoritária, com a infeliz ideia que seriedade não pode ser enfeitada. (Fica o recado para a visualmente hedionda coleção de livros Debates). A pesquisa para o longa foi muito bem realizada, com matérias de jornais, cenas de filmes ficcionais sobre o assunto e até o contato com documentos confidenciais. As fotos de arquivo ganham animação, mas acabam ficando um tanto repetitivas mais para o final. No lado auditivo, a trilha musical animada não deixa a peteca cair. Outra característica importante de Cidadão Bolesen é dar voz aos vários lados da questão, com pontos de vista muitas vezes conflitantes entre os depoimentos. O filho de Henning, revolucionários esquerdistas da época, políticos atuais e até militares reformados contam suas histórias. Esse documentário é uma obra ímpar, que não deixa que a memória de nossa História seja deteriorada." (http://cinepop.virgula.uol.com.br/criticas/cidadaoboilesen_101.htm)