sábado, 23 de agosto de 2014


Dando continuidade ao ciclo sobre as manifestações de junho de 2013 e o vínculo com a conjuntura atual, o Jiló neste domingo, dia 24 às 19h no Balaio Café (201 N), traz o documentário “Com vandalismo”.

Entre os manifestantes de todas as idades e classes sociais que saíram para as ruas de Fortaleza, no Ceará, durante os protestos que tomaram o Brasil de assalto nos últimos meses, estavam quatro jornalistas documentando tudo com suas câmeras na mão. O resultado se tornou o documentário independente, com assinatura do Coletivo Nigéria.

A crise de credibilidade da mídia tradicional junto aos manifestantes, fez com que a narrativa da mídia de massa fosse obrigada a abrir espaço para a “massa de mídias”. Junto com as transmissões ao vivo da Mídia Ninja, os vídeos que documentaram ações ao vivo, se tornaram a linguagem oficial das ruas de norte a sul. Porém, poucos foram capazes de sintetizar o espírito diverso dos protestos como “Com vandalismo”.

Apesar de ilustrar somente fatos ocorridos em Fortaleza entre os meses de junho e julho, o documentário serve como retrato do panorama geral sobre os protestos em todo o Brasil. O filme acompanha a evolução das manifestações, que começaram em protesto pelo atraso na entrega das carteiras estudantis, e logo evoluíram para reivindicações maiores ligadas a educação, saúde pública e política. Assim como em outros lugares, quanto mais adesão ganhavam, mais confusas e divididas as manifestações se tornavam.

É amanhã, domingo (24), nos vemos lá, 19h no Balaio Café (201 N),




Com Vandalismo
Brasil, 2013, 72 min.

Realização: Coletivo Nigéria
Sinopse: Através de imagens pouco editadas e com grandes sequências, o filme aborda o discurso da mídia tradicional, que dividiu os manifestantes entre pacifistas e vândalos, e vai na contramão, retratando as causas das ações mais do que as consequências. O desafio lançado logo de início é “qual a motivação para a desobediência civil?”.

Enquanto a imprensa e a polícia apontam vândalos, os cineastas contrapõem um dos gritos comuns dos manifestantes, de que “vândalo é o Estado”, levantando questões como as desapropriações em prol de obras para a copa do mundo, violência por parte da polícia militar, entre outras.

Para a Agência Pública, que já produziu trabalhos em parceria com o grupo, o filme é: "Um relato/reflexão realizado no calor da hora, em que a cronologia dos fatos, a variedade de ângulos e de entrevistados, e a sobriedade dos jornalistas, contribuem para criar um panorama completo das manifestações em Fortaleza, revelador para os que buscam compreender quem é e o que deseja essa juventude que está nas ruas das capitais brasileiras."

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